Poemas, inéditos ou não. Comentários sobre os trabalhos. Um registro... Poesia ao acaso.
segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011
SEGUNDA-FEIRA
Segunda-feira
dia da graça
dia de graça
dia desgraça
Segunda-feira
(que nem feira tem)
Foge
num pulo
o domingo
o riso
o cheiro de mar
e mormaço
Segunda-feira
cheiro de aço
e fumaça
e cansaço
Segunda-feira
(que nem feira tem)
Tem só trabalho
sem canto
com ponto
sem tempo
com hora marcada
pra nada
Segunda-feira
(que nem feira tem)
Dia da graça
dia de graça
dia desgraça
segunda-feira
molenga
Despe teu sono moleque
o dia chegou
Dia da farsa
comparsa
da dor
do cansaço
do medo
Segunda-feira
(que nem feira tem)
Despe teu riso menino
o dia chegou
de manso
de chofre
na base do empurra
Deixa de lado
toda a festa
o batuque
a seresta
despe teu cheiro malandro
de chopp gelado
o dia chegou
Segunda-feira
(que nem feira tem)
Tem
só a fome
sem pauta
com sede
sem falta
com hora marcada
pra se esconder
Segunda-feira
(que nem feira tem)
Despe teu nome Seu moço
põe tua senha no bolso
e corre
é amanhecer
(1977- Eu tinha 20 anos e começava a trabalhar!!!!!)
(Poema publicado em DESCOMPASSO, Ed. Cátedra, 1979)
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário